18 de outubro de 2011


Vinde, Espírito Santo!


Poucas vezes atentamos para o fato de que o Espírito Santo de Deus é uma Pessoa, viva, real, uma Pessoa Divina que nos ama e que está ao nosso lado a cada momento, sempre. Quando suplicamos: “Vinde, Espírito Santo”, não estamos pedindo simplesmente: “Vinde, ó força de Deus”, mas estamos suplicando: “Ó vem, Espírito Santo de Deus, vem sobre mim, porque és Deus, és o puro amor e eu preciso de ti, como pobre criatura que sou!”.

Precisamos continuamente suplicar a Luz de Deus: “Envia do céu um raio de tua Luz, arranca-me das trevas, as trevas que são o pecado, que é o olhar tanto para mim e tão pouco para ti e para meus irmãos. Faz-me ver a tua luz neles, naqueles que na tua divina providência puseste ao meu lado. Que eu possa contemplar a tua beleza, a tua pureza, a tua santidade naqueles que são criados à tua imagem e semelhança”.

É tão fácil contemplar os defeitos! Mas para os puros, tudo é puro; e os santos, os que são cheios da Luz do Espírito de Deus, conseguem ver as coisas, o mundo, as pessoas, com os olhos de amor e misericórdia que só pertencem a Deus. Ele é o Pai dos pobres, por isso podemos suplicar: “Vinde a mim, que sou pobre”. Pobre de virtudes, pobre de méritos. Eu preciso de ti, Senhor, preciso de teus dons, de tua força, preciso estar continuamente na tua presença. Sei que estás continuamente em mim, mas eu nem sempre me apercebo disso, nem sempre deixo-me guiar por tuas moções e inspirações”. Temos tanto medo de não ser felizes que acabamos por desprezar aquele Único que nos pode trazer a felicidade.

Quem somos nós para recusar os dons de Deus? Como ousar dizer que não necessitamos dos dons divinos ou, pior, trocá-los pelos dons dos homens? Como preferir a sabedoria deste mundo à Sabedoria que vem do Espírito Santo? Seria incoerência querer galgar os cumes da sabedoria deste mundo sem buscar a ciência de Deus acima de tudo. Lembro-me agora do que disse Jesus: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, por teres ocultado isto aos sábios e inteligentes e por tê-lo revelado aos pequeninos” (Lc 10,21). Como temer a Deus se não nos preenchemos de seu Amor? Sem o Amor de Deus nos nossos corações, a nossa fidelidade é legalismo e o nosso zelo é orgulho. “Sim, Senhor, sem os teus dons, nada sou, e ainda sou um nada soberbo!”.

“Espírito Santo, tu és meu consolo”. Há tantas tristezas nesta vida... Tantas dores e tribulações... Mas não há dor maior que aquela dor escondida dos que não amam a Deus. O Espírito Santo é o nosso consolo, é aquele que nos diz: “Não temas, o Pai te ama”! “Sim, Senhor, e tu não estás distante. Não és uma força estranha, alheia, fora de mim. Não, tu moras em mim. És o doce Hóspede da alma. Estais tão perto, não preciso buscar longe, esforçar-me para te encontrar”. Saber que Deus está tão perto de nós, que habita em nós, é o grande consolo de nossa alma vacilante, insegura.

O Espírito Santo é o nosso “descanso no trabalho”. Como diz o salmista: “É inútil levantar de madrugada ou até à noite retardar nosso repouso quando aos seus amados Deus concede o pão enquanto dormem” (Sl 127,2). Sim, é inútil ganharmos o mundo com nossas próprias forças se viermos a perder Deus, é inútil a aflição se podemos a Ele tudo confiar e esperar. O Espírito é nossa brisa leve.
“Por isso, eu vos peço, Senhor, com todas as forças do meu ser: incendiai o meu coração com a chama do teu amor. Sim, incendiai! Que meu coração arda de amor”.

“Sem a tua Luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele. Então, enche-me de ti! Lava-me, purifica-me, rega a minha alma para que eu possa dar os verdadeiros frutos de santidade que só brotam do coração que ama. Cura-me, Senhor, não permitas que minhas feridas e mazelas me prendam em mim mesmo e longe de ti”.

Quantas vezes também declaramos que temos o coração muito duro, mas só o Espírito pode transformar essa realidade, só Ele arranca do nosso peito o coração de pedra e nos dá um coração novo, um coração de carne. Renovemos a nossa fé. Muitas vezes pedimos algo a Deus sem esperar de fato receber aquilo que pedimos. Ele é Deus, Deus nos ama e é capaz de nos fazer santos. A santidade não é um alvo impossível, precisamos crer nisso verdadeiramente. Não é por nossas forças, é pelo poder de Deus e a nós cabe apenas desejar, abrir o nosso coração para a ação do Espírito Santo, ser dóceis ao Amor. Por fim, oremos junto com a Santa Igreja:
Espírito de Deus,
enviai dos céus
um raio de luz!
Vinde, Pai dos pobres,
dai aos corações
vossos sete dons.
Consolo que acalma,
hóspede da alma,
doce alívio, vinde!
No labor descanso,
na aflição remanso,
no calor aragem.
Enchei, luz bendita,
chama que crepita,
o íntimo de nós!
Sem a luz que acode
nada o homem pode,
nenhum bem há nele
Dobrai a vossa Igreja
que espera e deseja
vossos sete dons.
Dai em prêmio ao forte
uma santa morte,
alegria eterna.
Amém.

Deus Abençoe, Paz e Fogo!

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